Agosto/2018
Parece uma ideia óbvia, mas ainda há muitos gestores que acreditam que as pessoas nascem com certos “dons” capazes de determinar se elas serão pessoas de alta performance no futuro ou não. Dessa forma apenas se dão ao trabalho de tentar achar pessoas com esses dons e deixar que elas façam seu trabalho conforme se espera delas. Esse raciocínio e forma de agir têm provocado grandes perdas emocionais para gestores e empregados, além das já tradicionais e sabidas perdas monetárias no processo de seleção de novos empregados e demissão daqueles considerados “sem o dom” necessário.
A vida, a ciência, porém têm demonstrado que a realidade é bem diferente e, muitas vezes, sofrida!
Pessoas de alta performance não nascem feitas! Elas são a consequência de um longo e delicado processo de formação que se inicia em seu nascimento e vai se desenvolvendo ao longo da vida. E não está acabado… a cada momento as pessoas estão recebendo influências do meio em que vivem: raciocinam e criam novas formas de conduta nesse ambiente, praticam atitudes que acreditam sejam contributivas e ficam felizes ou tristes, motivadas ou depressivas com as consequências das atitudes, emoções que as empurram para novos padrões de atitudes mais satisfatórias. Um minuto após o outro as pessoas estão criando sua forma de comportamento futuro: altamente produtivas, medianas ou improdutivas.
Se você gestor não fizer nada e apenas deixar que cada pessoa se comporte conforme seus “dons”, ela poderá modificar sua forma de conduta aos poucos, mas minuto a minuto, buscando se adaptar ao ambiente mais propício a lhe proporcionar emoções agradáveis. Por outro lado, essas pessoas irão influenciar as pessoas ao lado delas na prática de comportamentos que elas trazem em sua bagagem de atitudes aprendidas. Porém, essas atitudes podem não ser as que você deseja para seu grupo.
Quero dizer com tudo isso que se você deseja mesmo conseguir uma equipe capaz de chegar a patamares elevados de performance, é necessário sair de cadeira. É realmente necessário influenciar fortemente cada profissional de sua equipe e construir um ambiente de relacionamento capaz de incentivar cada uma dessas pessoas a modificar suas formas de conduta, na direção de práticas capazes de produzir as realizações que todos buscam e as alegrias e motivações que empurram cada pessoa para a frente.
Tudo começa dentro de sua cabeça. Como já disse, se você realmente acredita que as pessoas já nascem com os “dons” necessários, esqueça esse texto e boa sorte! Mas se você passou a acreditar que as pessoas vão se formando ao longo da vida e que, desse momento em diante, as pessoas que fazem parte de sua equipe estão criando novas formas de conduta, você pode seguir o caminho abaixo e realmente liderar e gerenciar a performance desses profissionais com a missão de conseguir patamares elevados de realizações. Prepare-se!
- Defina claramente o que você espera dessas pessoas. Escreva que comportamentos, técnicos e não técnicos, você deseja que todos pratiquem, que contribuições devem ser alcançadas e que indicadores de performance serão utilizados. Cada um em seu campo de responsabilidade.
- Comunique e negocie suas expectativas com cada uma dessas pessoas, até chegar a um conjunto claro e desejado por você e pelas pessoas.
- Acompanhe e avalie continuamente. Saia de sua cadeira e verifique, no local de trabalho, se as atitudes definidas são praticadas e se as contribuições estão ocorrendo. Converse com as pessoas para reforçar as práticas contributivas e para alterar as práticas que se mostraram prejudiciais e devem ser abandonadas, dando lugar a novas formas de conduta mais produtivas.
Se prepare! Embora pareça simples, esse processo requer sua disciplina na prática dos três conjuntos descritos acima, bem como sua paciência e perseverança em acompanhar a evolução das pessoas e assessorá-las em seu processo de modificação de raciocínio, emoções e desejos para patamares comportamentais diferentes dos habituais. Muitas pessoas se amedrontam diante da visibilidade de padrões de comportamento e realizações mais elevados. Muitas vezes impensados até então.
Seu esforço será muito mais racional e emocional do que físico! Como bem sei, muitos gestores se atrapalham nesses momentos.
Se precisar, entre em contato para saber mais e solicitar suporte e orientações específicas.
LAUTER F. FERREIRA
AYRES & FERREIRA LTDA.
Psicólogo – CRP-06/09138-0
Autor dos livros “Construindo Equipes de Alta Performance”,
“Alta Performance: Sete Forças Sob Sua Pele”.
lauterferreira@ayreseferreira.com.br
www.ayreseferreira.com.br